segunda-feira, 24 de maio de 2010

Viva Clarice! Sempre viva...

Há algum tempo estou para escrever este post, destacando algumas frases da fantástica Clarice Lispector. Os trechos me chamaram a atenção pela forma como foram escritos, pela sensação que me causaram ou pela maneira como magnificaram simples situações. As passagens são do livro “Clarice na Cabeceira”, que reúne contos da escritora selecionados por leitores famosos. Cada conto é apresentado com impressões pessoais daquele que o escolheu. Sem dúvidas, um dos livros mais agradáveis que já li... Bem, Fernanda Torres tem toda a razão quando diz: "Clarice me deixa muda!”.

“E como a uma borboleta, Ana prendeu o instante entre os dedos antes que ele nunca mais fosse seu.” (Conto: Amor)

“Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia.” (Conto: Amor)

“Não havia, porém, somente alegria e alívio dentro dela. Também um pouco de medo e doze anos” (Conto: A fuga)

“Os desejos são fantasmas que se diluem mal se acende a lâmpada do bom-senso.” (Conto: A fuga)

“(...) eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente.” (Conto: Perdoando Deus)

“(...) e os sinos alegres tocaram novamente chamando os fieis para o consolo da punição.” (Conto: O crime do professor de matemática)
“O ovo desnuda a cozinha. Faz da mesa um plano inclinado.” (Conto: O ovo e a galinha)

“O ovo terá sido talvez um triângulo que tanto rolou no espaço que foi se ovalando.” (Conto: O ovo e a galinha)

“Amor é quando é concedido participar um pouco mais.” (Conto: O ovo e a galinha)

“Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto – é para lá que eu vou.” (Conto: É para lá que eu vou)

“À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? Que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.” (Conto: É para lá que eu vou)

1 comentários:

Pagu disse...

clarice me deixa muda!

*sobre senso... minha mãe disse esses dias, que uma das coisas mais interessantes da vida que ela concluiu durante os 63 anos de vida dela, é saber que não precisava ter tanto senso... tanto escadalo!!!
"-Viva mina filha, independete de homem... não se prenda.. não se iluda... amo a famlia que Deus me deu... sou mt feliz... mas se fosse da sua geração... não trabalharia tanto, não casaria, não teria filhos... me ocuparia em ser feliz!!!"

Lindo né?
Minha mãe é linda!

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